Em 1991, nas páginas de mini-série intitulada de War of the Gods, Diana Prince, a.k.a Wonder Woman, viu-se envolvida numa violenta contenda entre os Deuses gregos e as suas contra partes romanas. 

A guerra em questão foi um resultado directo da manipulação de uma das vilãs mais perigosas da heroína, a feiticeira Circe. 

Com dois dos filhos de Ares ao seu lado (Phobos e Eris), Circe colocou em marcha o plano que a colocaria no comando do Olimpo e libertaria a Deusa amaldiçoada, Hécate, sobre o mundo do patriarcado. 

A trama de Circe é parcialmente revelada pelas Fates à mais pacífica das filhas de Ares, Harmonia. 

Rapidamente, esta tenta dissuadir a irmã Eris de participar na tramóia organizada por Circe, bem como procura avisar os restantes membros do panteão helénico do perigo iminente.


 


Contudo, Harmonia falha nos seus intentos, acabando por ser abatida pelo Caronte romano e jogada no Styx, o rio do esquecimento. 

Entretanto, na Paradise Island, as amazonas discutiam uma possível retaliação contra o mundo exterior, após perdas recentes e significativas no seu contingente. 

Com a rainha Hyppolyta desaparecida, cabe a Diana assumir as rédeas do comando e esta, como seria de se esperar, repudia qualquer tipo de acção violenta contra o mundo dos homens. 

Não tarda até que Diana seja recrutada pelos seus Deuses patronos (os gregos), de forma a os auxiliar contra uma ameaça desconhecida que já vitimou Zeus e Donna Troy. 

Com Pariah a servir de testemunha (o que nunca é um bom sinal), Wonder Woman chega a New Olympus, mesmo a tempo de um violento ataque perpetuado pelos Deuses romanos, liderados por Júpiter.


 


Para fazer frente à campeã dos gregos, os romanos trouxeram o seu próprio guerreiro mortal, na figura de Billy Batson, a.k.a Captain Marvel (Shazam). 

Os outrora aliados (durante a mini-série Legends, da qual já falei neste blog) iniciam um feroz combate, com Billy a mostrar-se demasiado irracional e claramente sob a influência de um agente externo (neste caso Circe). 

A luta entre ambos acaba com os heróis a serem transportados para o reino do caos. 

Recuperando temporariamente os sentidos, Captain Marvel é apanhado na onda de choque resultante do embate entre Hermes e Mercury, sendo teletransportado para o espaço sideral, onde terá um encontro pouco amigável com o mercenário Lobo.


 


Com a luta entre gregos e romanos a fortalecer a sua magia, Circe convoca Hécate e não tarda até que a influência nefasta da Deusa se faça sentir na Terra. 

Em War of the Gods #2, podemos ver que a trama de Circe estende-se a bem mais que os Deuses clássicos. 

Sobre o efeito da sua magia, Kingu (Deus babilónico) liberta o monstro Tiamat sobre a Atlântida, ao passo que Shungo (Deus africano) faz as suas sombras e fogo caírem sobre a sua terra natal, África. 

Como se não bastasse, um contingente de Deuses nórdicos, constituído por Thor, Loki e Baldur, devastam a terra do povo do gelo  na Noruega. 

Perante estas ameaças globais, os heróis da Terra respondem o melhor que podem. 

Flash (Wally West) organiza a JLI (que nesta altura estava em processo de dissolução) e tenta levar a luta a Circe. 

Enquanto isso, Aquaman e Power Girl triunfam sobre o Tiamat e Firehawk e Firestorm fazem frente a Shongu, numa batalha que resulta na criação de um novo vilão na figura de Darkstorm.


 


A dupla Fire e Ice enfrenta, sem sucesso, o trio asgardiano. 

Contudo, a JSA evita que Loki liberte Surtur, ao quebrar o feitiço que o iria extrair de Valhalla. 

Entretanto, a Doctor Fate reúne um grupo de talentosos e poderosos místicos para tentar proteger o espírito de Gaea (a Deusa Terra) contra as agressões de Hécate. 

Para tal, ela tenta unir o corpo e alma de Gaea num só, unificando os poderes dos seus representantes, Geoforce e Wonder Woman respectivamente. 

Ainda assim, e apesar destes contra tempos, o plano de Circe segue de vento em poupa, pois em New Olympus a batalha entre as hostes divinas continua em força. 

Mesmo os Deuses que resolveram não combater, como Harmonia (que sobreviveu às águas do Stxy), Heracles e Son of Vulcan falham não só em deter a vilã, mas igualmente em fazer cessar as hostilidades.


 


Ares, curiosamente outro opositor às maquinações de Circe, tem que se haver com um traiçoeiro ataque levado a cabo pela sua filha Éris e Marte. 

Os grandes heróis da Terra, por seu lado, têm as mãos cheias, com Superman e Starman  a combaterem Phobos no Ártico e o Suicide Squad a ter que se haver com as feras de Circe. 

Com a batalha final a aproximar-se do seu zénite, e com New Olympus a surgir no horizonte da Terra, Circe tem, finalmente, a sua batalha final com a Wonder Woman. 

Graças ao poder de Hécate, Circe, agora mais uma Super-Deusa (que destruí Hermes) faz o impensável e mata a Wonder Woman reduzindo-a a cinzas (War of the Gods #3).


 


Com os cidadãos de Hades sobre o seu comando, Circe parece imbatível e o seu triunfo inevitável. 

Os heróis terrestres tentam uma última investida, mas encontram a forte oposição dos Deuses manipulados por Circe. 

É neste cenário desolador que nos é revelado que Billy Batson está a morrer (fruto da sua exposição às energias divinas). 

O Son of Vulcan, em conjunto com o feiticeiro Shazam, magica um plano para salvar o jovem herói. 

Usando a carcaça metálica dos Metal Men para transportar a essência de Mercury, Atlas, Hercules, Zeus, Solomon e Achilles, e servindo-se de Black Adam, cuja origem dos poderes era idêntica à do Captain Marvel, logrou conseguir restaurar o herói.


 


Entretanto, e usando Lobo como avatar da energia do panteão romano, o Son of Vulcan consegue libertar Troy das mãos de Circe. 

Ao mesmo tempo que isso acontece, Heracles viaja até Hades de onde liberta a alma aprisionada de Diana. 

Isso, juntamente com o ritual sagrado de Gaea, efectuado por Hyppolyta, resultam na total restauração de Diana.

Numa derradeira tentativa de vencer Circe, os Deuses da Guerra dos diferentes panteões, liderados por Ares, colocam um ponto final na batalha de New Olympus, unificando todas as divindades contra Circe.


 


Transportando Circe para o domínio do Titã Cronus, as divindades dirigem as suas forças para Diana e Troy. 

Com tal auxílio, as irmãs amazonas conseguem  bater a feiticeira. 

A vilã acaba consumida pelo ódio de Hécate, cuja essência tenta matar (uma vez mais) a Wonder Woman, sem encontrar sucesso contudo. 

Sem forma corpórea, Hécate é facilmente destruída por Cronus. 

A batalha está encerrada e o universo está salvo daquilo que foi uma claramente uma crise divina.