Lançado pela Square Enix e desenvolvido pela Tri-Ace em 2009 para a DS, Covenant of the Plume é o terceiro título da série Valkyrie Profile. 

O protagonista deste rpg de estratégia é um jovem soturno e consumido pela raiva chamado Wylfred. 

O pai, Thyodor faleceu em combate, tendo o seu espírito sido levado pela valquíria Lenneth que o recrutou para ser um dos guerreiros espectrais de Odin. 

As consequências da ausência de Thyodor não poderiam ser mais desastrosas para a sua família. 


 


A irmã de Wylfred seria levada pela fome e a mãe, não aguentando tamanha dor, endoidece, com a sua mente a retroceder para tempos mais felizes.

Perante todo este cenário trágico e culpando Lenneth pelos infortúnios que se abateram sobre a sua família, Wylfred segue as passadas do pai e torna-se num guerreiro. 
Um guerreiro em busca de vingança. 

Munido da sua espada, da pluma deixada por Lenneth e na companhia do melhor amigo, Ancel, o nosso herói vai-se ver envolvido numa violenta escaramuça junto ao forte de Aullewyn. 

Mortalmente ferido na batalha, Wylfred é salvo pela rainha demoníaca Hel em troca deste a servir e de levar a sua vingança até ao fim, custo o que custar.


 


Wylfred aceita e nesse momento a pluma que transportava consigo (e que pertencia a Lenneth) activa-se, com o protagonista a servir-se da magia da mesma para aumentar vertiginosamente o seu poder, mas com um custo elevadíssimo que implica nada mais, nada menos que o sacrifício de uma alma a Hel.

Para sobreviver a um novo ataque à fortaleza, Wylfred faz o impensável e sacrifica o seu melhor amigo, cuja alma é arrastada para o reino infernal de Hel. 

Ancel é prontamente substituído por Ailyth, uma das servas de Hel, que procurará fazer com que Wylfred volte a usar a pluma corrompida. 


 


Tudo isto no meio de um país arrasado pela guerra civil, no qual os príncipes de Artolia lutam entre si pelo direito de serem o novo rei.

O uso ou não da referida pluma, chamada de Destiny Plume, tem um papel fulcral na conclusão da história e no gameplay. 

Esta facilita bastante os combates, mas faz-lo à custa das personagens escolhidas para a usarem. 

Num jogo com morte definitiva, onde cada passo pode ser o último, o uso excessivo da Destiny Plume pode resultar numa derrota prematura nos capítulos mais avançados, quanto mais não seja devido ao facto de termos uma party reduzida.




Covenant dá-nos a possibilidade de escolhermos entre as três diferentes facções que se degladiam em Artolia, sendo de constatar que tais escolhas são feitas com o decorrer do jogo.

Por um lado temos os rebeldes, liderados pelo cavaleiro Earnest e pela aldeã Natalia, por outro temos os mercenários Darius e Gwendal e por último surgem-nos as forças do velho comandante Heugoe. 

Qualquer que seja a nossa escolha, tal não trará consequências no que ao gameplay diz respeito, mas afectará as personagens às quais teremos acesso. 

Com visão isométrica da acção (ao estilo do brilhante Final Fantasy Tactics), Covenant é um rpg táctico onde as personagens podem atacar individualmente (um ponto de exclamação indica se estão em posição para o fazer ou não) ou em conjunto. 

O chamado Mutual Assist System será bastante útil nas batalhas finais, onde ataques combinados farão imensa mossa na oposição. 


 


De salientar que para além do ataque normal, cada personagem tem um Soul Crush, um movimento que fica disponível assim que os nossos hit points cheguem ao cem. 

A juntar a tudo isso temos a possibilidade de atacar de diferentes lados o que aliado às vantagens de terreno pode permitir-nos causar danos extra no inimigo. 

Convém referir que a cada uma das personagens é atribuído um botão para que esta possa de facto atacar.
Contudo, a nossa party peca por escassa, uma vez que apenas podemos usar quatro personagens por batalha. 

As classes seriam aquilo que poderíamos esperar de um jogo de fantasia medieval, com feiticeiros, arqueiros, guerreiros, cavaleiros, entre muitos outros. 

Existem inúmeros itens que podem ser usados para aumentar o status das nossas personagens ou curá-las. 

Tais podem ser encontrados no campo de batalha (deixados para trás por adversários vencidos) ou comprados nas lojas que existem nas cidades e aldeias que estão à nossa disposição para serem visitadas. 

É nestas últimas que iremos encontrar as tabernas, locais de conversação onde reunimos informações úteis para a história e possivelmente também, desbloqueámos novas áreas alternativas para combater.
 
Com três fins distintos e dois bosses finais diferentes com que lutar, mediante o final obtido, Covenant é um dos jogos mais difíceis que tive oportunidade de jogar na DS. 

Até diria que é possivelmente o mais difícil da série. 


 


A música, composta por Motoi Sakuraba, teve direito a um álbum próprio aquando do lançamento do jogo. 

É uma música épica, mas pesada, bem de acordo com o ambiente soturno do jogo e com a sua negra história. 

O jogo conta ainda com uma introdução bastante boa em fmv logo no início da aventura.

Embora seja muitas vezes visto como a ovelha negra desta popular série de rpgs, Covenant of the Plume é uma excelente adição para o franchise, afigurando-se como um desafio colossal para todos os amantes de rpgs tácticos.