Em 1992, pelas mãos da Konami, estreava um beat'em up baseado no piloto da série de animação dos X-Men de 1989, também conhecida como Pryde of the X-Men. 

Intitulado X-Men: Arcade Game, o jogo em questão coloca-nos à disposição seis X-Men, cuja formação é idêntica, não à das comics da época, mas antes ao dito piloto. 

Assim sendo, temos Storm, Cyclops, Colossus, Dazzler, Nightcrawler e Wolverine como personagens seleccionáveis. 

O Professor X e Kitty Pryde também aparecem, detendo um papel importante para a plot, mas sem puderem ser seleccionáveis.


 


A história do jogo é simples e bastante directa. 

Magneto usou um exército de Sentinels para atacar Nova Iorque. 

Enquanto os X-Men vão à cidade tentar colocar um ponto final ao ataque, o mestre do magnetismo aproveita para raptar o Professor Xavier e a jovem Kitty Pryde, com o intuito de atrair os restantes X-Men para uma armadilha que o permita finalmente destruí-los. 

A auxiliar o mutante maligno estão outros mutantes, como Mystique, Pyro, a White Queen e Blob, assim como dois meta-humanos, Juggernaut e Wendigo, e o mais poderoso dos Sentinels, Nimrod.


 


Secretamente guiados telepaticamente pelo seu mentor captivo, os X-Men devem atravessar oito níveis e derrotar toda a Brotherhood of Evil Mutants, Magneto incluído. 

De salientar que a maioria dos Bosses derrotados surge novamente no sétimo nível (Asteróide M).

Os níveis assenta no esquema típico dos beat'em up da época, ao termos áreas como cidades, florestas, fábricas e ruínas. 

Temos ainda direito, em muitos desses níveis, aos igualmente característicos elevadores. 

Todos estes são elementos que podem ser vistos noutros beat'em ups da época. 

Streets of Rage e Final Fight são apenas alguns exemplos.


 


As áreas estão repletas de inimigos, alguns deles provenientes do extenso lore dos X-Men, como é o caso dos Sentinels menores, dos mercenários do Hellfire Club ou os inúmeros Bonebreakers dos Reavers. 

Outros são criações da Konami, nomeadamente todos os adversários novos que surgem a partir do terceiro nível, que é passado nas florestas da Ilha M. 

Falo-vos de homens lagarto, plantas carnívoras, monstros de lama e vespas gigantes. 

Para além destes adversários, os X-Men devem ter em atenção algumas armadilhas que possam surgir no seu caminho (armas automáticas ou gêiseres flamejantes). 

No fim de cada área, os nossos heróis têm que se haver com um Boss, o qual é geralmente um dos membros da Brotherhood.


 


O método para avançar de nível é o mesmo que em qualquer outro beat'em up. 

Usar os punhos ou os pés para derrotar toda a oposição no ecrã. 

Cada X-Men dispõe de um poder mutante específico que aqui funciona na mesma base que os golpes especiais em Streets of Rage 2, por exemplo. 

O golpe em questão limpa o ecrã ou permite danificar significativamente um Boss, mas tem um custo elevado. 

Cada vez que um dos nossos heróis mutantes usar o seu poder mutante  perde um pouco da sua barra de energia. 

Se o usar em demasia, chegará a altura em que não se poderá servir dele (a menos que morra), uma vez que a sua barra vital não o permite. 

Contenção e timing é muito importante no seu uso, portanto. 

Os poderes mutantes são de forma geral representações fiéis de habilidades demonstradas pelos X-Men nas comics.


 


O mais esquisito deles é o do Colossus, que se limita a alternar entre a sua forma humana e metálica, libertando ondas de energia como resultado disso. 

Uma habilidade que a personagem nunca demonstrou nas comics. 

Por aqui vê-se que a Konami tomou algumas liberdades com as personagens. 

Sobretudo com os vilões.

Blob e Juggernaut carregam ambos armas, quando nenhum deles necessita delas. 

Dois andróides são apresentados com o nome de Living Monolith, mas a verdade é que nenhum deles é o vilão que atormentou os X-Men na década de 60. 

Ainda assim, o resto está bastante próximo do material de origem. 

Graficamente, o jogo é bastante colorido e os cenários variados e bem definidos, aguentando maravilhosamente mesmo nos dias de alta definição nos quais vivemos. 

O nível que mais me marcou visualmente falando foi o quinto, no qual somos brindados com um Sentinel gigantesco no fundo (Master Mold, talvez?).

X-Men tem inúmeras cutscenes, uma boa batida e vozes, sendo que estas últimas contribuíram com algumas das frases mais icónicas dos jogos de vídeo.


 


Falo do "X-Men. Welcome to die!" ou do "I'm Magneto, master of magnet". 

Ambas são da autoria do vilão principal do jogo e não poderiam ser mais hilariantes. 

O jogo peca, como todos os beat'em ups pela sua natureza repetitiva, contudo compensa com o sentido de diversão que transmite aos jogadores.

Um jogo rápido, é inteiramente possível terminá-lo em trinta minutos ou menos. 

Um deleite se jogado com um ou mais amigos, X-Men: Arcade Game é um dos melhores jogos do género. 

É uma pena que nunca tenha sido transladado para o mundo das consolas. 

Ainda assim, é possível jogá-lo digitalmente nos dias que correm. 

A aproveitar, para fãs dos X-Men e não só.